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60% dos casos de cegueira poderiam ser evitados

Diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para manter a saúde ocular.

Pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm deficiência visual no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desses, 1 bilhão englobam pessoas com deficiência visual moderada ou grave à distância ou cegueira devido a erro refrativo não endereçado (88,4 milhões), catarata (94 milhões), glaucoma (7,7 milhões), opacidades da córnea (4,2 milhões), retinopatia diabética (3,9 milhões), e tracoma (2 milhões), bem como deficiência visual de perto causada por presbiopia não tratada (826 milhões). Ou seja, de acordo com a OMS, a estimativa é de 60% da população poderia ter sua visão preservada com medidas preventivas ou tratamentos adequados. Alertar para essa realidade é o objetivo do Dia Mundial da Visão, celebrado na segunda quinta-feira do mês de outubro que, em 2022, caiu no dia 13/10.

De acordo com a OMS, o crescimento populacional e o envelhecimento aumentam o risco de que mais pessoas adquiram deficiência visual. Um dado corroborado pela pesquisa do Grupo de Especialistas em Perda de Visão (VLEG), publicada em 2020 na revista The Lancet Global Health, projeta que, no ano de 2050, 61 milhões de pessoas em todo o mundo deixará de enxergar. No Brasil os números também são preocupantes. De acordo com números do IBGE de 2019, cerca de 35 milhões de brasileiros apresentavam algum problema ocular e, desse total, aproximadamente 600 mil eram cegos. No DF, em 2021, a Secretaria da Pessoa com Deficiência (SEPD) apontou que cerca de 70 mil brasilienses eram considerados deficientes visuais – isso englobaria os totalmente cegos, com baixa acuidade visual, visão monocular, entre outros.

Conscientizar a população sobre prevenção e tratamentos de doenças que podem levar à cegueira é necessário. A principal causa de cegueira tratável é a catarata, uma doença que se desenvolve lentamente, dificultando a chegada da luz até a retina e diminuindo a visão aos poucos. A catarata se caracteriza pela visão nublada, que torna difícil a realização de tarefas simples como ler, dirigir e enxergar pessoas. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) calcula que surjam 550 mil novos casos da doença por ano no país. “Muitos pacientes têm receio de passar por uma cirurgia e só procuram o oftalmologista quando já estão sentindo os efeitos da opacidade no cristalino, com a visão embaçada e fora de foco. Mas a técnica que utilizamos hoje praticamente não altera a rotina da pessoa. Além disso, quanto mais cedo descobrimos o problema, melhor, pois podemos restituir integralmente a visão. Portadores de catarata apresentam tendência a depressão, além de sofrer constantemente com quedas e fraturas. Então, quanto antes detectada e tratada, menor o comprometimento da qualidade de vida’, observa o Dr. Daniel Moon Lee, médico referência em catarata no Grupo INOB, empresa do grupo Opty no Distrito Federal.

Outra patologia que também afeta a qualidade de vida é o glaucoma, a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Estudo publicado em 2021 diz que mais de 50% dos brasileiros desconhecem a doença. “Glaucoma não tem cura, mas pode ter sua progressão controlada com tratamento adequado e contínuo, interrompendo a perda da visão. Na maioria dos casos, é necessário o uso de colírios específicos diariamente. Porém, com o avanço de novas tecnologias, hoje é possível oferecer ao paciente um tratamento mais moderno, com procedimento cirúrgicos, como o SLT (trabeculoplastia seletiva à laser) e o iStent, um microdispositivo que pode reduzir com eficácia a pressão intraocular – um dos fatores de risco mais importantes do glaucoma – além de reduzir a dependência de medicamentos”, explica o oftalmologista Ricardo Yuji Abe, especialista em Glaucoma no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do grupo Opty no Distrito Federal.

O médico ressalta que o glaucoma evolui silenciosamente e, geralmente, o paciente só percebe que tem dificuldade em enxergar quando o problema está em um estágio bem avançado e não há mais como recuperar a visão afetada – situação que poderia ser evitada caso a doença fosse detectada ainda em sua fase inicial. Pessoas com mais de 40 anos com histórico familiar, população de etnia africana ou asiática, indivíduos que sofreram lesões físicas no olho, uso excessivo de medicamentos à base de corticoides e outras condições médicas são fatores de risco para desenvolver a doença. “Fundamental é que o check-up oftalmológico seja realizado anualmente, pois isso possibilita o diagnóstico precoce de diversas patologias oculares, proporcionando um tratamento adequado para os pacientes”, reforça o Dr. Yuji Abe.

fonte: Triplice Comunicação

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