Mais comum em crianças, doença precisa ser diagnosticada o quanto antes para evitar evolução para casos mais graves.
Um post de uma mãe americana vem sendo muito compartilhado nas redes sociais chamando a atenção para uma doença que pode causar danos graves aos olhos: a celulite ocular, uma inflamação que atinge a cavidade do olho e geralmente alcança a pálpebra, causando inchaço, dor e, eventualmente, febre. Se não cuidada adequadamente, pode evoluir para a perda da visão. “Para diagnosticá-la corretamente, além do exame oftalmológico, podem ser necessários exames laboratoriais e de imagem, como a ressonância magnética. Quando se trata de celulite orbitária bilateral, como nesse caso do menino americano, o quanto antes for diagnosticada, menor será o risco de o paciente ficar cego”, explica a oftalmopediatra Isabela Rita de Carvalho Cunha, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do Grupo Opty no Distrito Federal.
O caso aconteceu com o pequeno Baylor, de dois anos, que quase perdeu a visão em razão do mofo criado dentro de um brinquedo de borracha, com o qual ele brincava durante o banho. Um simples esguicho de água contaminada no olho foi o suficiente para que a família passasse por um drama. O mofo é um fungo que provoca um aspecto esverdeado ou acinzentado aos objetos que infecta. Está muito associado a complicações respiratórias, porque seus esporos, que ficam suspensos no ar, quando inalados causam tosse, espirros e rinites, por exemplo. Também pode produzir uma conjuntivite alérgica, causando incômodo e coceira intensa, além de distúrbios na visão.
No início, a criança apresentou uma irritação, que foi se agravando. No hospital foi tratado como conjuntivite. Apesar de medicado, o problema continuou piorando, o olho dobrou de tamanho e a vermelhidão passou para o rosto. Novo atendimento e novo diagnóstico: celulite ocular. Mesmo sob medicação, o inchaço do olho de Baylor aumentou, de tal forma que a parte branca estava saliente por entre a pálpebra e sua íris estava escura. A condição passou para ambos os olhos e os médicos entraram com antibiótico intravenoso, para conter a infecção e evitar a perda da visão. “A família agiu rápido e os médicos tomaram todas as providências necessárias, conseguindo resguardar a visão do menino”, explica a oftalmopediatra.
A médica ressalta que há dois tipos de celulite ocular: pré-septal, mais comum; e a orbitária, como no caso de Baylor, do tipo mais raro e mais perigosa. Além de infecção nos olhos ou em locais próximos, elas podem ser causadas por outras situações, como reações alérgicas intensas, sinusite, um calázio (uma forma de terçol mais crônico), traumas ou presença de corpos estranhos, doenças sistêmicas ou até uma picada de inseto. São mais comuns em bebês e crianças, que possuem uma estrutura ocular mais delicada, mas podem acontecer em qualquer idade, especialmente em pessoas com baixa imunidade. “Dependendo do grau e da extensão da celulite, além de antibióticos, talvez seja necessária uma intervenção cirúrgica para remoção da secreção e dos tecidos afetados. Isso vai evitar que a infecção se propague para o cérebro, por exemplo. Então, diante de qualquer quadro de irritação nos olhos, procure um oftalmologista imediatamente. A prevenção é sempre o melhor caminho para garantir a saúde ocular”, finaliza a Dra Isabela Rita.
Fonte:
Tríplice Comunicação