A dieta mediterrânea é um modelo nutricional inspirado nos padrões alimentares adotados em países como Itália e Grécia.
Os alimentos tradicionalmente mais consumidos incluem cereais, frutas, legumes, azeite, peixes e nozes. Carne e derivados de leite são consumidos em pouca quantidade. Já o vinho e o suco de uva integral são altamente recomendados, mas em doses moderadas. Ao longo dos anos, estudos têm demonstrado os efeitos benéficos sobre a longevidade e a saúde. Existem variantes dessa dieta, ainda pouco estudadas, que são contribuições de outros países banhados pelo Mediterrâneo, como França, Espanha, Portugal, Marrocos, Turquia etc. Estudo realizado em Coimbra, Portugal, revelou que esse tipo de alimentação pode efetivamente reduzir o risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Mais de 880 portugueses com idade superior a 55 anos foram avaliados no projeto “Eye Study Coimbra, sendo que os pesquisadores encontraram menor incidência de DMRI entre aqueles que se alimentavam mais de legumes, frutas, peixes e verduras. O elemento surpresa da pesquisa se refere ao café. Além de descobrirem o lado benéfico e preventivo das vitaminas C, E e do betacaroteno, também perceberam que a cafeína torna as pessoas menos propensas à degeneração macular doença que é uma das principais causas da perda de visão depois dos 50 anos.
De acordo com o oftalmologista brasileiro Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, a DMRI pode ser classificada em dois tipos: não-exudativo ou seco (90%) e exudativo (10%). Na forma exudativa, vasos sanguíneos anormais se formam sob a mácula, pequena área central da retina que é responsável pela percepção de detalhes. A doença acomete quase 30% dos pacientes acima dos 75 anos.
Neves diz ainda que é fundamental acrescentar mais peixes às refeições, principalmente os enriquecidos de ômega 3, como salmão, atum, sardinha e bacalhau. “É importante se acostumar a comer mais frutas e saladas diariamente, já que aumentar a ingestão de vitaminas, minerais, proteínas saudáveis e luteína traz vários benefícios para a saúde ocular e para a saúde em geral. Alimentos antioxidantes combatem o envelhecimento precoce e ainda doenças como degeneração macular, catarata e olho seco. Sendo assim, vale a pena ingerir mais frutas de várias cores e verduras de tonalidade verde-escuro (espinafre, couve e brócolis), já que contêm antioxidantes que protegem os olhos, reduzindo os danos provocados pelos radicais livres.
Com relação à cafeína, o especialista atribui os achados ao fato de o café ter antioxidantes importantes, como o ácido clorogênico. Apesar de já ter sido comprovada a contribuição dos antioxidantes em relação à saúde, o médico acredita que são necessários mais estudos especificamente sobre o papel do café na saúde ocular. Já com relação ao vinho, Neves alerta: “Por algum motivo, uma taça de vinho tinto por dia parece contribuir de fato com a saúde em geral. Talvez por sua ação antioxidante, através dos flavonoides e do resveratrol e polifenol encontrado no vinho tinto e que também está envolvido em estudos de prevenção contra alguns tipos de câncer. O fato é que, quando o paciente tem boa circulação e pressão sanguínea, a saúde ocular também é melhor.