Recentemente, um caso ocorrido no Reino Unido ganhou destaque na mídia internacional e trouxe à tona uma importante discussão sobre a saúde ocular infantil. Um menino de apenas 2 anos perdeu totalmente a visão do olho direito após ser infectado pelo vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1), geralmente associado a lesões labiais.
O que é Herpes Simples Tipo 1 (HSV-1)?
O HSV-1 é um vírus altamente contagioso, normalmente transmitido pelo contato direto com lesões ativas, como as chamadas “febres” ou aftas labiais. Embora seja mais conhecido por causar infecções na região da boca, o HSV-1 pode atingir outras áreas do corpo — incluindo os olhos — levando a quadros de herpes ocular.
A forma mais comum de herpes ocular é a ceratite herpética, que atinge a córnea e, se não tratada corretamente, pode evoluir para úlceras corneanas, cicatrizes permanentes e até cegueira.
O Caso Clínico: Como a Infecção Ocular se Desenvolveu
De acordo com o relato da família, o menino começou a apresentar sintomas como vermelhidão, inchaço e irritação no olho. Inicialmente, o quadro foi tratado com colírios antibióticos, sob a suspeita de uma infecção bacteriana. Contudo, a ausência de melhora e a rápida progressão para formação de bolhas levaram à suspeita de herpes ocular, confirmada posteriormente por especialistas.
Apesar da introdução de antivirais, a córnea da criança sofreu danos irreversíveis. Como consequência, ele perdeu completamente a visão do olho afetado. Agora, a família busca realizar cirurgias reconstrutivas, incluindo o uso de membrana amniótica e possíveis transplantes futuros, na tentativa de preservar a estrutura do globo ocular.
Por que o HSV-1 é tão perigoso para os olhos?
A infecção herpética ocular é perigosa porque o vírus tem afinidade pelo tecido nervoso e pode atingir camadas profundas da córnea e da retina. Mesmo após tratamento, o HSV pode permanecer latente e reativar em situações de estresse ou imunossupressão.
Além disso, diferentemente das infecções bacterianas, o herpes ocular requer antivirais específicos e acompanhamento rigoroso com um oftalmologista, principalmente quando acomete crianças, que possuem o sistema imunológico ainda em desenvolvimento.
Como prevenir o herpes ocular em crianças
A prevenção é o melhor caminho. Algumas medidas importantes incluem:
- Evitar beijos em bebês e crianças pequenas, especialmente se você estiver com lesões de herpes labial ativas;
- Higienizar bem as mãos antes de tocar os olhos ou manusear objetos da criança;
- Educar familiares e cuidadores sobre os riscos da transmissão viral;
- Buscar atendimento oftalmológico imediato diante de sintomas como olhos vermelhos, dor ocular, sensibilidade à luz ou surgimento de bolhas próximas aos olhos.
Conclusão
Casos como o do pequeno Juwan evidenciam a importância do diagnóstico precoce e da conscientização sobre o herpes ocular, especialmente em populações mais vulneráveis, como crianças. O papel do oftalmologista é fundamental tanto no tratamento quanto na orientação preventiva junto às famílias