SUA ÓTICA EM CUIABÁ ESPECIALIZADA EM ÓCULOS DE GRAU, SOL, LENTES E ARMAÇÕES.

Lentes de contato e esporte: o que as Olimpíadas podem nos ensinar

Quem acompanhou os Jogos Olímpicos, realizados em Paris, de 26 de julho a 11 de agosto, notou algumas situações inusitadas na relação entre os atletas e a visão.

Rebeca Andrade virou até meme com sua dificuldade em enxergar as notas recebidas a cada exercício concluído. Algumas vezes, precisou recorrer aos óculos para ter êxito na missão. É que a premiada ginasta tem, pelo menos, 2,5 graus de miopia em um olho e acima de 2 graus de astigmatismo no outro. 

Outra situação que rendeu comentários envolveu o judoca William Lima, medalha de prata na competição individual e bronze na disputa por equipes. Durante a luta semifinal contra o mongol Yondonperenlei Baskhuu, o atleta perdeu uma de suas lentes no tatame. William tem 4,5 graus de astigmatismo e pouco enxerga sem elas. Com a ajuda do árbitro, o atleta encontrou a lente perdida, recolocou-a e deu sequência ao confronto. 

Os episódios levam a um questionamento: é possível usar lentes de contato enquanto se pratica algum esporte? Segundo a oftalmologista Claudia Del Claro, a resposta é sim. “As lentes de contato oferecem vantagens significativas em relação aos óculos, como um campo de visão mais amplo, o que é ótimo para futebol, basquete e tênis, por exemplo; maior estabilidade, o que ajuda muito na corrida e no ciclismo; além de conforto e segurança, especialmente em esportes de contato ou que envolvem movimentos intensos, como nas artes marciais. Essas características podem contribuir para uma melhor performance, tanto em treinos quanto em competições”, explica. 

Mas a especialista ressalta que, assim como tudo que se refere à saúde, é importante consultar um médico antes de tomar algumas decisões. “Primeiro, é preciso saber se a pessoa pode ou não usar lentes de contato. Depois, é necessário definir qual a melhor opção de acordo com a modalidade esportiva que pratica?, complementa. Dra. Claudia cita o exemplo da própria Rebeca Andrade. “Em teoria, ela pode usar lentes de contato no esporte em que atua, mas, talvez por conta do magnésio [o pó é usado para aumentar a aderência durante os movimentos], ela prefira não utilizá-las. Certamente foi uma decisão tomada em conjunto com um profissional”. 

Alternativa

As lentes descartáveis diárias são a opção mais indicada para a prática de esportes, principalmente em ambientes externos, atividades de contato ou aquáticas. Elas minimizam o risco de infecções, já que não são reutilizadas. Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na melhoria dessas lentes de contato, com inovações que permitem maior oxigenação e conforto.

A oftalmologista acrescenta que, além disso, é recomendado que os atletas sempre tenham lentes reservas durante treinos e competições, para o caso de perda, que foi justamente o que ocorreu com o judoca William Lima. “Idealmente, a lente deveria ter sido descartada ou, no mínimo, higienizada com solução multiuso antes de ser recolocada. As mãos também deveriam ser lavadas para fazer a substituição. Se não for possível a troca, o mais prudente é continuar a disputa com a visão de um olho apenas”, recomenda Del Claro.

Apenas quando falamos de esportes aquáticos é que surgem mais limitações. A água, tanto das piscinas como do mar, pode conter microrganismos capazes de causar infecções graves. Assim, o mais recomendado é o uso de óculos de natação com grau para a correção visual em vez de lentes.

Cuidados

Embora os cuidados diários com as lentes de contato, como a limpeza e o armazenamento adequados, sejam essenciais, praticantes de esportes devem tomar precauções extras. Dependendo da atividade, é aconselhável o uso de óculos de proteção, transparentes ou escuros, sobre as lentes, e é fundamental garantir que elas não sejam reutilizadas após situações de maior exposição a contaminantes como água, poeira ou fuligem. 

Também idealizadora da campanha Setembro Safira, que alerta para a conscientização das boas práticas no uso das lentes de contato, Claudia Del Claro explica que os maus hábitos, e isso vale para qualquer pessoa, não só dentro do esporte, podem trazer sérias complicações para o usuário. “O descuido pode levar a infecções capazes de ocasionar consequências devastadoras aos olhos, como a limitação da visão por conta das cicatrizes causadas pelas feridas. Se extensas, elas ainda podem levar ao transplante de córnea ou até mesmo à perda do globo ocular”, adverte a oftalmologista.

Seguindo as orientações recomendadas, no entanto, a especialista deixa claro que o fato de não enxergar bem e precisar fazer uso de lentes de contato não é um limitador para se dar bem no esporte. “O importante é realizar consultas oftalmológicas anuais para monitorar a saúde ocular e garantir a melhor correção visual possível. Com a escolha apropriada das lentes, basta seguir as recomendações médicas e, em esportes ao ar livre, proteger os olhos com lentes escuras que ofereçam proteção contra radiações UVA e UVB 400”, conclui.

Fonte: Agência Casa 9

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Matérias Relacionadas