A hipertensão arterial sistêmica, também conhecida como pressão alta, é uma doença bastante comum, na qual ocorre aumento dos níveis da pressão arterial. Quando não há o tratamento adequado, esse problema pode levar ao derrame cerebral, infarto, insuficiência cardíaca e renal, além de consequências à saúde ocular. Para alertar sobre esses riscos, acontece o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, em 26 de abril.
Com o aumento crônico da pressão, ocorrem degenerações vasculares em todo o corpo. O principal processo, chamado de arteriosclerose, leva a um endurecimento das artérias que pode causar diversos problemas em nosso organismo, como infartos, diminuição da atividade dos rins, derrames cerebrais e lesões oculares.
Nos olhos, o principal alvo da pressão arterial alta é a retina, que é a camada que reveste internamente o globo ocular e que é responsável por transformar a luz em visão. Essa alteração é chamada de retinopatia hipertensiva. Seu diagnóstico é feito por meio do exame de fundo de olho, no qual é possível observar a retina e os vasos retinianos e, assim, identificar e classificar pequenas hemorragias, áreas de inchaço (edemas) na retina, além de vasos debilitados. Esses achados decorrem da arteriosclerose, vazamento do conteúdo dos vasos e constrição vascular.
E se não tratar? – Com o passar do tempo, os pacientes hipertensos também ficam mais propensos a oclusões vasculares na retina e no nervo óptico, condições nas quais se observa o fechamento completo de vasos e que causam grave falta de suprimento de sangue para essas estruturas oculares. Em aumentos muito extremos da pressão arterial, podem ocorrer desde inchaço do nervo óptico até descolamentos de retina.
Prevenir – A prevenção e o tratamento para a retinopatia hipertensiva passam pelo controle clínico da hipertensão, seja com mudanças do estilo de vida, como atividade física e dieta equilibrada que privilegie alimentos naturais em detrimento aos industrializados, ou com o uso de medicamentos anti-hipertensivos, sempre com acompanhamento médico.
Vale lembrar que obesos, pessoas com alimentação rica em sal (sódio, responsável pela retenção de líquido, que aumenta ainda mais a pressão), sedentários, diabéticos e indivíduos com histórico de hipertensão na família têm mais chances de desenvolverem a pressão alta.
Se você é hipertenso, faça consultas periódicas e converse com seu oftalmologista sobre a necessidade do exame de fundo de olho. Esses dados são fundamentais e auxiliam no tratamento da pressão alta pelo seu clínico.
Não confunda!
Hipertensão arterial não é a mesma coisa que hipertensão ocular. Também é comum a confusão entre glaucoma e hipertensão ocular. Frequentemente são mencionados como sinônimos, mas, na verdade, são condições diferentes. Hipertensão ocular, como o próprio nome diz, é a pressão elevada nos olhos. Normalmente, a pressão ocular não ultrapassa o valor de 21mmHg. Quando isso ocorre, se está diante de pressão alta nos olhos ou hipertensão ocular. Ter a pressão elevada nos olhos não significa que a pessoa tenha glaucoma e sim que tem risco de um dia desenvolver a doença.
Glaucoma não é sinônimo de pressão alta nos olhos. Glaucoma é uma doença que acomete o nervo da visão e pode ser independente da pressão alta nos olhos. No glaucoma, ocorre a progressiva morte das fibras que formam o nervo responsável pela visão. Se não for diagnosticado e tratado, pode evoluir para cegueira. No mês em que é promovido o Abril Marrom, campanha de saúde pública que destaca as doenças que causam cegueira, esse segundo alerta é igualmente necessário.